top of page

Uma crítica sobre a Ciência das Plantas Daninhas.

          Acabou de sair um artigo sobre a nossa ciência na revista Weed Science. Trata-se de uma análise da situação atual e duas propostas para o futuro da área. Entre os pesquisadores responsáveis estão Paul Neve e  Frank Forcella. Segundo um intenso debate, os autores chegam a conclusão de que atualmente os trabalhos estão concentrados em duas áreas (preocupações dos pesquisadores):

– Manejo de Plantas Daninhas

– Biologia de Plantas Daninhas

          Esta divisão é clara segundo eles nos EUA (haja vista a separação das revistas “Weed Science” e “Weed Technology”, o que acontece também no Brasil, com as revistas “Revista Planta Daninha” e “Revista Brasileira de Herbicidas”).

          A critica está na quantidade de trabalhos descritivos feitas ultimamente. Segundo eles, o pesquisador de planta daninhas, foca em sua área, e nela permanece por toda sua vida. Aqueles que viram professores, montam seus laboratórios de acordo com seus trabalhos e por ae permanecem. Ainda existe uma pressão muito grande aos pesquisadores, primeiro por parte de agências de fomento, que tendem a financiar projetos “da moda” e com isso restringem outros trabalhos. No Brasil existe ainda os programas de pós-graduação, que por pressão da Capes, pedem a publicação de qualidade a curto prazo, o que geralmente não ocorre. A boa ciência, tem que ter tempo, as grandes contribuições não são atingidas em um, dois ou três anos.

          Porém o aluno no Brasil fica em uma situação complicada. Primeiro, precisa cumprir uma quantidade enorme de créditos (disciplinas), e acaba fazendo aulas que não tem o interesse ou de que nada o servirão. Segundo, mesmo que ele saiba da necessidade de publicações relevantes, muitos concursos públicos, apenas CONTAM o número de trabalhos, e não a qualidade dos mesmos. Sendo assim o aluno deve escolher, se faz ciência de verdade e corre o risco de não ser pesquisador de uma instituição ou empresa ou se publica por publicar, e fica com um currículo mais competitivo para concorrer nos concursos.

          Como proposta a solucionar estes problemas, os pesquisadores sugerem duas ações. A primeira de que se intensifique a interdisciplinariedade. A segunda, que os programas, orientadores e agências de fomento, se atentem para projetos de qualidade. Os alunos devem se envolver com pesquisadores de outras áreas, ao invés de apenas focarem em seus trabalhos. Só com esta multidisciplinaridade, é que a ciência vai avançar, é que a ciência das plantas daninhas irá avançar. O artigo pode ser baixado no site da revista: http://wssajournals.org/doi/pdf/10.1614/WS-D-13-00161.1

6 visualizações0 comentário

Posts recentes

Ver tudo
bottom of page